Terapeuta apresenta dicas para lidar com as emoções no dia a dia e não deixar que o sentimento impulsione aos maus hábitos
Entre os principais efeitos de quem sofre de ansiedade encontramos o ganho de peso. Um sintoma que afeta boa parte das pessoas decorrente das diversas pressões, seja no trabalho, no trânsito, durante os estudos e tarefas gerais do cotidiano. A OMS informa que atualmente cerca de 33% da população mundial sofre de ansiedade.
De acordo com a psicóloga e idealizadora do “Emagrecendo com a Cabeça”, Carla Presutti, é comum o indivíduo ansioso buscar alívio principalmente na comida. “A ausência do autoconhecimento não permite que a pessoa desenvolva ferramentas para driblar a ansiedade, além de efetivamente solucionar”, comenta. A psicóloga ressalta que o primeiro passo para ter o controle da ansiedade é identificar o que causa esse comportamento, pois geralmente é resultado de algum problema vivido, para tanto, é necessário administrar as emoções, obtendo a consciência do que está sentindo.
O problema é que a ansiedade quando não administrada, seja através do autoconhecimento ou até mesmo por meio da ajuda clínica pode gerar uma série de complicações para saúde, dentre elas a obesidade. A especialista cita algumas dicas para utilizar no dia a dia e evitar tornar a comida uma alternativa para aliviar o problema. Veja:
1) Identificar as causas da ansiedade (Situação, pessoas, pensamentos que desencadeiam esta emoção);
2)Gerar estratégias de solução de problema (Como posso resolver isso sem recorrer a comida?);
3)Traçar estratégias para os momentos em que a urgência por comida acontecer (O que posso fazer quando sentir vontade de comer fora de hora? Ler, dançar, beber água, telefonar para alguém, etc);
A terapeuta afirma que é imprescindível para quem sofre de ansiedade encontrar uma forma de substituir o hábito ruim, por um comportamento saudável. “Se algo se tornou habitual é porque proporciona alguma gratificação/ prazer, no entanto para se desenvolver novo hábito, este também deve ser prazeroso e gratificante, além de ser executado com frequência e repetição para que se instale no repertório comportamental da pessoa”, salienta.
Por que a vontade de comer guloseimas?
A pessoa ansiosa tende a encontrar a sensação de bem-estar em hábitos alimentares geralmente prejudiciais, ricos em açúcar, gorduras e farinha refinada. A procura por essas opções se dá graças ao potencial desses alimentos de liberar o hormônio neurotransmissor chamado serotonina. Leia também: Em casos de TPM, saiba quais alimentos são indicados.
Ao se tratar da alimentação também é necessário encontrar alternativas saudáveis para evitar o consumo compulsivo por substâncias prejudiciais. A psicóloga indica algumas sugestões que contribuem (de forma saudável) para a produção dos hormônios relacionados ao bem-estar, como os alimentos ricos em triptofano, proteínas, carne, peixe, ovos, dentre outros como banana, couve flor e abacate devem ser inseridos na alimentação, sobretudo entre pessoas ansiosas. Alimentos que contém cálcio, magnésio e vitaminas do complexo B também colaboram para a elevação dos níveis de serotonina.
Praticar atividade física é imprescindível para quem sofre de ansiedade e principalmente busca a perda de peso. “A atividade física poderia ser considerada um antidepressivo natural, pois estimula a produção de serotonina e dopamina e isso acarreta na melhora da ansiedade, de quadros depressivos, sono e humor de maneira geral, além da disposição física”, completa a psicóloga. Confira: Os melhores exercícios para combater o estresse.
Referências:
Efeitos da ansiedade para a saúde:
http://www.brasilpost.com.br/2014/05/30/efeitos-ansiedade-saude_n_5417043.html
Compulsão alimentar e distúrbio químico no mecanismo da fome: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/compulsao-alimentar-e-disturbio-quimico-nos-mecanismos-da-fome.html
Carla Presutti, Psicóloga Clínica/Terapeuta Cognitiva-Comportamental
Idealizadora do Emagrecendo com a Cabeça