Limitações e ausência de amor próprio trazem pensamentos de incapacidade e desmerecimento
O ser humano é multifacetado e capaz de inúmeras conquistas desde que não sabote a própria capacidade. É comum pessoas que desacreditam no potencial e tem medo da rejeição e por mais inacreditável que seja, receio até mesmo do sucesso, pois não consideram que mereçam tanto ou mais do que o próximo. Isso seria humildade?
A coach Maíra Laranjeira explica que esse comportamento é originado em indivíduos que desenvolvem crenças que dificultam o desenvolvimento pessoal. Esses pensamentos são decorrentes da ausência de amor próprio e do medo da reação da sociedade diante do sucesso.
“Tem um texto que foi atribuído ao Mandela que diz: o nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados, o nosso medo é de sermos poderosos além da medida. Quem sou eu para ser brilhante e talentoso?”, comenta.
Autonomia na infância
A especialista cita o exemplo aplicado na Programação Neurolinguística (PNL) da criança que brinca e de repente cai, logo os pais saem correndo para proteger. Crianças que não desenvolveram a autonomia na infância crescem adultos que se fazem de vítimas diante das situações. “Uma criança em que os pais deixam livres para desenvolver as atividades, brincar, cair e conhecer vai ser uma pessoa que vai cumprir metas e mais competitiva. Tudo isso para adquirir o amor e a atenção dos pais”, acrescenta.
O que é “sombra” e o “eu” real
Desde a infância a coach ressalta que passamos a criar máscaras para receber a aceitação dos pais, amigos, professores e da sociedade no geral. Ninguém quer mostrar o lado feio e tenta apresentar apenas o aspecto “perfeito”. Diante desse impasse vêm à tona crenças que dizem que não somos bons o bastante, o não merecimento e a incapacidade para execução de algo.
A orientadora cita o trabalho dos autores Tim e Kris Hallbom em que classificaram “as crenças limitantes” das pessoas que não conseguem ganhar dinheiro e obter o sucesso profissional. Atenção se possui alguns desses pensamentos:
-Eu não tenho dinheiro o suficiente, pois secretamente receio que eu não mereça;
-Eu não tenho dinheiro o suficiente porque tenho medo de tentar fracassar;
-Eu tenho medo de como isso irá mudar a minha personalidade;
-Se eu ficar rico meus amigos não irão mais gostar de mim;
-Riqueza é imoral, pois riqueza pra mim significa pobreza para o outro.
“Quem disse que isso é verdade? É como se em nosso inconsciente existissem infinitos tipos de comportamentos o tempo todo. O que acreditamos é que será concretizado. Então as nossas crenças vão guiar as nossas vidas, são esses giros de pensamento”, explica.
Os Hallbom são treiners da PNL conhecidos em todo o mundo. O objetivo do casal é criar programas para combater a formação de crenças que limitam o alcance do objetivo e diminuem a autoestima do indivíduo.
“O primeiro passo é você observar se na sua vida há algumas dessas crenças e começar a se perguntar o porquê está se limitando. Um modo de exercitar esse bloqueio é enxergar aquilo que eu quero que as pessoas vejam de mim e aquilo que eu escondo, então o meu eu idealizado que é a máscara e o que tem por trás”, completa.
Referências:
http://golfinho.com.br/artigo/assuma-o-controle-das-suas-crencas-inconscientes.htm
Maíra Larangeira, especialista em PNL
Diretora Executiva do Instituto de Neurolínguistica Aplicada (INAp)