A brincadeira é um dos caminhos para o desenvolvimento infantil

23/8/2016        

 

ENTENDA COMO OS PAIS OU CUIDADORES PODEM ESTIMULAR A CRIANÇA POR MEIO DO BRINCAR

 
Você estimula o seu filho(a) a brincar? Se não, está na hora de priorizar essa ferramenta tão importante para o desenvolvimento da criança.
 
A psicopedagoga e psicomotricista, Clarice Alimari, esclarece que muitos teóricos dividem as brincadeiras em estágios. As crianças passam por todos esses estágios, mas quem cuida da parte mais pedagógica e específica é a escola: “É o professor, que dentro da escola vai organizar os espaços para que a criança possa evoluir dentro das brincadeiras”.
 
De acordo com o artigo O brincar e a aprendizagem na educação infantil de quatro a seis anos, é preciso ter uma atividade orientada de aprendizagem, e o professor pode reconhecer o significado do jogo e do material pedagógico, pode ajudar na elaboração das atividades, considerando os aspectos cognitivos, os objetivos, a capacidade do aluno, os elementos culturais e pode dar os instrumentos necessários e pertinentes para que a criança consiga colocar o pensamento em ação.
 
“Quando a criança está fora da escola, quem a conduz é a família, que vai nutrir o espaço da brincadeira. A família deve estabelecer uma rotina em que a brincadeira faça parte e que seja algo muito importante. Mesmo quando não dá para juntar o pai e a mãe na brincadeira,  é importante que a criança tenha um dos dois para esse momento”, orienta a psicopedagoga.
 
A especialista explica que quando a brincadeira se transforma em rotina, a família começa a ver aquele momento como precioso e que hoje em dia os pais trabalham tanto e ficam tanto tempo fora de casa, que as crianças habitualmente ficam na escola ou com algum cuidador, e quando a criança tem a oportunidade de brincar com a família, além de ser um momento de brincar com qualidade, essa criança também experimenta um relacionamento íntimo com a família.
 
No caso de crianças muito pequenas, há algumas dicas recomendadas pela psicopedagoga:
 
“O bebê precisa o tempo todo do adulto perto dele, por isso uma atividade interessante que pode ser explorada é o canto, as crianças gostam muito de música. Coloque o bebê no colo, cante, neste momento, explore os gestos ou utilize algum brinquedo que emita som, como o chocalho.”
 
A especialista acrescenta que o adulto pode fazer movimentos para os dois lados, de maneira que a criança possa acompanhar com a cabeça à procura do som. Outra dica, recomendada pela psicomotricista é forrar o chão com algum tecido de textura mais macia e acolchoada, colocar o bebê sobre o tecido e realizar brincadeiras: 
 
“Use a musicalidade para atrair essa criança, para que mecha o pescoço, olhe para cima, para que olhe para baixo, para que olhe para os lados. Comece a fazer movimentos chamando a atenção da criança para que ela até mesmo se arrisque a se arrastar nesse espaço.”
 
Outra orientação por parte da especialista é colocar algum objeto na frente da criança, que estimule o movimento do bebê para a frente e para trás, convidando-o a mexer o corpo, a brincar: “Abra as pernas, coloque o bebê sentado e na frente dele coloque objetos com diferentes texturas como bolinhas, por exemplo, mas claro que sempre em sua presença. Coloque essas bolinhas em frente ao bebê, faça ele sentir, passe a bolinha no corpo da criança para que ela sinta a textura”.
 
Em relação às diferentes texturas, a psicopedagoga orienta a utilização da gelatina que deve ser preparada de maneira mais concentradas. Mais de uma cor pode ser usada, e assim, serão exploradas várias sensações, já que a criança poderá sentir em suas mãos a textura, temperatura, e se não houver qualquer restrição alimentar, poderá, inclusive, experimentar a gelatina.
 
Outra opção simples para estimular as crianças muito pequenas é a utilização de pincéis macios, que poderão ser passados no corpo da criança e aí, a mãe poderá também se utilizar de uma música tranquila: “Um conta-gotas também pode ser utilizado com água morna, a mãe ou cuidador pode pingar em uma das perninhas da criança, depois trocar por uma água em temperatura ambiente, para que ela sinta as diferenças”.
 
A especialista acrescenta que depois deste processo em que as crianças bem pequenas são estimuladas a novas sensações por meio de texturas, temperaturas, entre outros, começarão a desejar percorrer espaços e deverão ser estimuladas a engatinhar. 
 
O importante é que estimule seu bebê à brincadeira, à mexer o próprio corpo. Além de ser um instrumento de diversão para a criança, é algo essencial para o seu desenvolvimento.
 

 
 
 
 
Clarice Alimari – Psicopedagoga e psicomotricista

 
 
Fontes
 
Congresso de Alimentação e Hábitos Saudáveis na Infância.
 
O brincar e a aprendizagem na educação infantil de quatro a seis anos. Realizado por: Cristiane Dudek; Reginaldo R. Costa: www.pucpr.br/eventos/educere/educere2005/anaisEvento/documentos/com/TCCI118.pdf
 



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