Envelhecer é um processo natural, mas será que todos nós estamos preparados para enfrentar as mudanças que a idade avançada acarreta em nossas vidas? Estamos em torno da possibilidade de maior expectativa de vida e os idosos prevalecem mais ativos na sociedade. De acordo com o Censo de 2010 divulgado pelo IBGE até 2060 a população acima de 65 anos irá quadruplicar. Atualmente a expectativa de vida dos brasileiros é de 75 anos e passará para 81 anos, apronta a pesquisa.
Essa velhice será saudável, como estamos preparados para encarar essa transformação? Indicadores Sociais divulgam que a metade da população idosa no país (48,9%) sofre por doenças crônicas e entre as mais graves a depressão atingindo 9,2% dos idosos.
Reconhecer os sintomas da depressão entre os idosos é o primeiro passo para melhorar a qualidade de vida, explica a psicóloga Sílvia Rennar:
“Aos familiares cabe estar atentos, estimular o idoso a retomar suas atividades. A necessidade de atenção se dá em forma de afeto e carinho. O cuidado em forma de carinho é essencial em qualquer processo de convalescência física ou emocional”.
O alerta é de que a depressão em muitos casos está também relacionada com índices de pressão alta e outras doenças de origem vascular presente em 53,3% dos brasileiros, aponta o IBGE.
A Organização Mundial de Saúde (OMS 2006) divulga que para elevar a qualidade de vida entre os idosos é preciso mudanças no estilo de vida adotado no dia a dia, como a alimentação, evitar o uso de drogas lícitas e incentivar a prática de atividades físicas regulares.
Estimular o idoso a práticas de atividades diárias ajuda a elevar a autoestima, contribui para o desenvolvimento das habilidades físicas e no combate a doença, ressalta a especialista:
“É saudável apresentar ao idoso centros que tenham atividades para as pessoas da mesma faixa etária. Existem organizações com atividades voltadas à saúde física: ginástica, pilates, yoga, fisioterapia, dança. E voltadas à saúde mental: arteterapia, desenho e passeios”.
Universidades em São Paulo oferecem atividades aos idosos gratuitamente, como a Universidade Metodista e a Universidade São Judas. Os cadastros são limitados e podem ser feitos pela internet. A Usp oferece mais de 5 mil vagas gratuitas aos idosos em várias áreas do conhecimento com intuito de contribuir para formação e aprimoramento na terceira idade e motivar a troca dos saberes.
As mulheres apresentam mais casos de depressão
Estudo divulgado pela Revista de Salud Pública classifica que os transtornos psiquiátricos são prevalentes na população feminina, em indivíduos com pouco tempo para o lazer e entre tabagistas. O que implica no diagnóstico da depressão ressalta a pesquisa, é que os sinais são confundidos com o processo natural do envelhecimento e ignorados.
Sílvia Rennar, psicóloga, orienta sobre alguns fatores observados nos idosos enquanto estão vivenciando a depressão:
“Os principais índices estão voltados ao declínio das atividades, da memória, da atenção e da sociabilidade. No convívio familiar aparecem dificuldades de entendimento, de prioridades de vida, de entendimento com o parceiro da vida toda, ou das dificuldades da viuvez”.
Como funciona o atendimento psicológico para idosos?
A psicóloga explica que no consultório são aplicados exercícios de memória realizados todos os dias. “Quanto aos aspectos voltados a questões de relacionamento e da vida do idoso são tratados de forma sigilosa. A contribuição familiar se dá na atitude de respeito e carinho para quem já viveu muito”, salienta.
Aos interessados em atividades voltadas ao público idoso: confira os centros de apoio que ministram cursos e trocas de saberes gratuitamente em São Paulo:
Universidade São Judas
Universidade aberta à maturidade
Tel: (11) 2799-1677 ou pelo site: www.usjt.br
Universidade Metodista
Campus em São Bernardo do Campo
Tel: (11) 4366-5598
USP-Universidade de São Paulo
Tel: (11) 3091-9183 ou pelo e-mail: [email protected]