Fotofobia é sintoma de alerta a saúde ocular

4/4/2016     Vanessa Ferreira    

 

 Descubra como amenizar o desconforto causado pela sensibilidade à luz

 
 

A fotofobia, também conhecida como sensibilidade à luz, é uma condição visual que impossibilita a exposição dos olhos à claridade, tanto natural como artificial, sendo definido por médicos oftalmologistas como intolerância patológica ao estímulo luminoso ou desconforto visual provocado pelo excesso de luminosidade no globo ocular.

A oftalmologista e professora titular do departamento de oftalmologia da Unicamp, Keila Monteiro de Carvalho, explica que, na maioria dos casos, a fotofobia é causada por fatores congênitos, como a ausência de pigmentos no fundo do olho. Porém, essa sensibilidade nem sempre ocorre por fatores naturais, podendo ser causada tanto por problemas visuais quanto por causas sistêmicas. 

“Fotofobia é a sensibilidade anormal à luz. Pode ocorrer como uma manifestação de doenças oculares, como uveítes, alterações na retina ou lesões corneanas e reações pós-operatórias enxaqueca, mas também em caso de hemorragia subaracníde, meningite e outras desordens”.

Como amenizar o desconforto?

Usar óculos escuros em ambientes externos e diminuir a intensidade da luz em locais fechados podem ajudar a diminuir os sintomas de quem sofre com esta sensibilidade. Keila explica que a cor das lentes são um detalhe que deve ser levado em consideração.

De acordo com a especialista, as lentes dos óculos escuros são chamadas de lentes filtrantes e podem ser de uso medicinal ou social. “No caso de uso social sua função é absorver os raios ultravioleta A e B para reduzir a intensidade da luz que chega aos olhos propiciando mais conforto e proteção dos olhos. No caso de uso medicinal tem a função de controlar o ofuscamento e aumentar contraste nos casos em que a pessoa tem problemas de visão”, explica.

A especialista explica que a cor das lentes filtrantes deverá ser de acordo com o tipo de problema. Elas são indicadas para aumento do contraste e diminuição do ofuscamento em doenças conforme o quadro a seguir:

- Laranja ou âmbar (marrom): usadas como degeneração macular, retinopatia diabética ou neurites ópticas;

- Vermelha: usada para degeneração de cones;

- Amarela: Transmite o máximo de luminosidade e são usadas em glaucoma e retinose pigmentar, as vezes em retinopatia diabética, ou a noite para dirigir pois facilitam o contraste.

- Cinza: Para as pessoas sem problemas visuais. Proporciona alta fidelidade de cor e conforto para visão ao ar livre sendo portanto muito usadas por todos. Inclusive esta cor reduz o cansaço visual.

- Verde: Para as pessoas sem problemas visuais. Também oferece bom contraste e tem indicação para todas as pessoas, dependendo do gosto.

 Existe tratamento?

Keila explica que não existe tratamento específico para “curar” o paciente que tem fotofobia. Até porque este desconforto não é considerado pelos médicos como uma doença ocular. “ Trata-se apenas de uma sensibilidade dos olhos a qualquer tipo de luminosidade. O melhor a fazer é estabelecer a causa para reduzir os sintomas desta condição”, aconselha.

Lembrando que é importante manter uma periodicidade regular com um especialista para melhor acompanhamento do caso.

Fontes:

Conselho Brasileiro de Oftalmologia – CBO: http://www.cbo.net.br/novo/publico-geral/fotofobia--o-incomodo-nos-olhos-de-quem-nao-consegue-olhar-diretamente-para-a-luz.php

http://clinicadeolhosarrudamello.com.br/pdf/fotofobia.pdf

https://decasocomamedicina.files.wordpress.com/2009/03/fotofobia.pdf

 

 
 
 
 
 
 
Keila Monteiro de Carvalho
Profa. Titular de Oftalmologia FCM/UNICAMP
Especialista em Estrabismo e Reabilitação Visual
Diretoria - Secretaria Geral Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
 
 



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