A fotofobia, também conhecida como sensibilidade à luz, é uma condição visual que impossibilita a exposição dos olhos à claridade, tanto natural como artificial, sendo definido por médicos oftalmologistas como intolerância patológica ao estímulo luminoso ou desconforto visual provocado pelo excesso de luminosidade no globo ocular.
A oftalmologista e professora titular do departamento de oftalmologia da Unicamp, Keila Monteiro de Carvalho, explica que, na maioria dos casos, a fotofobia é causada por fatores congênitos, como a ausência de pigmentos no fundo do olho. Porém, essa sensibilidade nem sempre ocorre por fatores naturais, podendo ser causada tanto por problemas visuais quanto por causas sistêmicas.
“Fotofobia é a sensibilidade anormal à luz. Pode ocorrer como uma manifestação de doenças oculares, como uveítes, alterações na retina ou lesões corneanas e reações pós-operatórias enxaqueca, mas também em caso de hemorragia subaracníde, meningite e outras desordens”.
Como amenizar o desconforto?
Usar óculos escuros em ambientes externos e diminuir a intensidade da luz em locais fechados podem ajudar a diminuir os sintomas de quem sofre com esta sensibilidade. Keila explica que a cor das lentes são um detalhe que deve ser levado em consideração.
De acordo com a especialista, as lentes dos óculos escuros são chamadas de lentes filtrantes e podem ser de uso medicinal ou social. “No caso de uso social sua função é absorver os raios ultravioleta A e B para reduzir a intensidade da luz que chega aos olhos propiciando mais conforto e proteção dos olhos. No caso de uso medicinal tem a função de controlar o ofuscamento e aumentar contraste nos casos em que a pessoa tem problemas de visão”, explica.
A especialista explica que a cor das lentes filtrantes deverá ser de acordo com o tipo de problema. Elas são indicadas para aumento do contraste e diminuição do ofuscamento em doenças conforme o quadro a seguir:
- Laranja ou âmbar (marrom): usadas como degeneração macular, retinopatia diabética ou neurites ópticas;
- Vermelha: usada para degeneração de cones;
- Amarela: Transmite o máximo de luminosidade e são usadas em glaucoma e retinose pigmentar, as vezes em retinopatia diabética, ou a noite para dirigir pois facilitam o contraste.
- Cinza: Para as pessoas sem problemas visuais. Proporciona alta fidelidade de cor e conforto para visão ao ar livre sendo portanto muito usadas por todos. Inclusive esta cor reduz o cansaço visual.
Existe tratamento?
Keila explica que não existe tratamento específico para “curar” o paciente que tem fotofobia. Até porque este desconforto não é considerado pelos médicos como uma doença ocular. “ Trata-se apenas de uma sensibilidade dos olhos a qualquer tipo de luminosidade. O melhor a fazer é estabelecer a causa para reduzir os sintomas desta condição”, aconselha.
Lembrando que é importante manter uma periodicidade regular com um especialista para melhor acompanhamento do caso.
Fontes:
Conselho Brasileiro de Oftalmologia – CBO: http://www.cbo.net.br/novo/publico-geral/fotofobia--o-incomodo-nos-olhos-de-quem-nao-consegue-olhar-diretamente-para-a-luz.php
http://clinicadeolhosarrudamello.com.br/pdf/fotofobia.pdf
https://decasocomamedicina.files.wordpress.com/2009/03/fotofobia.pdf