O aumento de pelos nas mulheres em locais que costumam surgir em homens pode ser sinal de uma doença chamada hirsutismo. Começa a aparecer pelos no buço, ao redor dos mamilos, glúteos, parte interna da coxa e abdomen. A Sociedade Brasileira de Dermatologia salienta que a doença costuma também atingir mulheres em período fértil ou mesmo durante a menopausa.
O endocrinologista Dr. André Faria diz que é importante ressaltar que há mulheres que possuem maior quantidade de pelos no corpo, sendo comum, pois se trata de pré-disposição genética. Por outro lado, há pacientes que passam a desenvolver a implicação por conta da produção excessiva de hormônios masculinos conhecidos como andrógenos, e também a testosterona. “A causa mais comum de excesso de andrógenos em mulheres é a chamada síndrome dos ovários policísticos. Esta condição também causa atraso ou interrupção da menstruação, ganho de peso, acne, dentre outros”, completa. Confira: Ovários policísticos: é uma síndrome que tem tratamento
O primeiro fator que leva ao questionamento das mulheres que sofrem de hirsutismo e a estética e o crescimento de pelos grossos em regiões incomuns para o sexo feminino. Todavia, existem outros sinais que não devem ser descartados e que contribuirá no diagnóstico:
O médico pede atenção especial para determinados sintomas. Observar de que modo ocorreu o crescimento dos pelos é um fator importante para a detecção do diagnóstico:
“Aparecimento súbito de pelos com crescimento rápido são sinais de alerta, pois podem sugerir condições mais graves, como tumores originados nas suprarrenais ou nos ovários”, adverte.
Tratamento para hirsutismo
O endocrinologista comenta sobre os variados tratamentos para a implicação, o que será definido de acordo com a gravidade dos sintomas apresentados pela paciente. Pílulas anticoncepcionais e medicamentos que bloqueiam a produção dos hormônios masculinos são comumente indicados. “Uma série de tratamentos estéticos/cosméticos realizados por um dermatologista também podem ser empregados visando melhora do problema, tais como: depilação química, mecânica ou a laser, clareamento dos pelos, uso de cremes que retardam o crescimento de pelos no rosto, e o uso de um procedimento conhecido como eletrólise”, recomenda. Leia também: Síndrome dos ovários policísticos: o que toda mulher deve saber?
Medicamentos antiandrogênicos
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) orienta sobre o uso tópico (aplicado no local) entre os mais recomendados para o tratamento do hirsutismo. A medicação irá bloquear a ação dos hormônios andrógenos e diminuir a velocidade do crescimento dos pelos. Os medicamentos de uso oral, conhecidos como antiandrogênicos também são receitados e começam a apresentar os resultados de três a seis meses após o uso.
A (SBD) alerta que o uso do medicamento Flutamida que já foi comumente aplicado para o tratamento do hirsutismo foi proibido em 2004 pela Anvisa para fins dermatológicos, pois apresenta risco de lesão grave no fígado e pode ser irreversível. A Anvisa destina esse fármaco somente para o tratamento do câncer de próstata. Antes de fazer o uso de qualquer substância siga sempre a orientação do seu médico especialista.
Evite o encravamento dos pelos: algumas técnicas podem provocar inflamações e causar a foliculite. O dermatologista irá indicar tratamentos locais para combater a foliculite comum após a depilação;
Cremes depilatórios: essas soluções podem gerar irritabilidade e até queimadura na pele quando aplicada sem a orientação recomendada pelo fabricante. Leia a bula e consulte antes a indicação do médico dermatologista;
Eletrólise: pode provocar a foliculite e aumentar o pigmento devido à inflamação provocada. A técnica é mais demorada, embora seja a melhor alternativa para eliminar os pelos brancos;
Terapia com laser: o método costuma ser o mais , porém duradouro, permanecendo em torno de seis meses. A técnica pode ser dolorosa e geralmente usada em diversas regiões, como face, pescoço, axilas, coxas e virilhas. Você pode se interessar: Qual o melhor método para depilação?
Referências:
http://www.sbd.org.br/doencas/hirsutismo/
http://guiadobebe.uol.com.br/hirsutismo-saiba-o-que-e-e-como-tratar-este-mal/
Dr. André Murad Faria, Doutor pela Universidade de São Paulo (USP)
Especialista em Endocrinologia e Metabologia/Clínica Médica
Site: www.drandrefaria.com.br