Padrões inalcançáveis de beleza e a baixa autoestima feminina

8/9/2016        

 

 

Consultora de imagem alerta sobre a libertação e consciência entre as mulheres

 
O padrão de beleza imposto pelos meios de comunicação e através do mundo da moda são alvos de questionamentos por parte não só dos ativistas, mas das pessoas que discordam e sentem-se por vezes prejudicadas pela segmentação cada vez mais excludente. A marca de cosmético Dove realizou uma pesquisa com mulheres sobre a sua aparência física, apenas 4% das 6.400 entrevistadas se sentem seguras para se definirem como belas. Entre as participantes 59% confessou sentir pressão para ser bonita e seguir um padrão imposto socialmente. 
 
Nesses números estão inclusos a maior parte das mulheres: comuns e fora das passarelas. De onde vieram todos esses padrões que não representam a mulher de verdade? A consultora de imagem Diana Nunes explica que ao longo de toda a história da sociedade sempre existiu um padrão de beleza determinado, em cada época novas recomendações do que era ideal e bonito. 

“O padrão de beleza atual é a mulher magérrima, o que é advindo de uma boneca, de algo irreal. Esse padrão ele acaba estando presente em nosso imaginário desde que a gente nasce”, pontua. 
 
Segundo a palestrante a imagem de ideal de beleza já é incluso entre as meninas desde muito cedo. Antigamente, o padrão de beleza era com ênfase nas atrizes e artistas. Hoje ainda permanece esse espelho, contudo incluindo principalmente as modelos de passarela. “Estamos nos comparando a um padrão em que essas mulheres têm o peso 23% menor do que todas as outras que não são manequins”, alerta. 
 
Bonecas próximas da realidade feminina
 
Para contestar a cultura excludente que inclui um padrão inalcançável para muitas mulheres foram divulgadas as “barbies reais”. A boneca possui toda a estrutura física mais próxima de uma mulher comum. “Apenas 5% das mulheres têm o biótipo magro, alto e longilíneo da boneca Barbie. Então, foram criadas outras Barbies que representam outras formas, biótipos, formatos de corpo, cabelo, e isso nada mais é do que o questionamento sobre os padrões impostos”, considera. Leia também: Mudança física e espiritual.
 
Padrões que adoecem a sociedade
 
Olhar imagens inalcançáveis em revistas, perceber que aquele é um padrão considerado belo e que talvez nunca o alcançará é motivo de frustração e baixa autoestima. E não só as mulheres comuns são vítimas desse tipo de imposição, mas principalmente as modelos de passarela. 
 
“A indústria da moda acaba se tornando muito cruel ao exigir magreza absurda. Se formos realizar exames clínicos entre as modelos podemos constatar que essas mulheres são consideradas desnutridas e muitas desenvolvem traudanstornos de imagem, como a anorexia”, adverte.  
 
Em 2007 a modelo Isabele Care fez uma comovente campanha sobre a anorexia. A atriz sofria da doença e aceitou participar desse ato de protesto que foi divulgado na Semana da Moda, em Paris. Infelizmente, em 2010 a modelo faleceu. Não sendo a primeira, a segunda e nem a última a ser vítima da crueldade que inclui: padronização absurda e violência ao corpo da mulher. 
 
Manifestações constantes ocorrem a favor dessa luta contra padrões impostos ao corpo feminino, mas o alerta e a conscientização iniciam-se através dos nossos comportamentos. A consultora contesta que durante anos as mulheres aceitaram ser moldadas. 
 
“Acabamos consumindo as revistas, os produtos, enfim, acabamos não conversando sobre isso e agindo de forma inconsciente”, alerta.
 
A melhor alternativa de dar um basta nas exigências feitas pela mídia - que visa vender uma imagem que não é real-, é se amar acima de tudo.
 
Cada traço, cada curva e cada história. Não somos compostas só por um corpo, mas temos uma marca: a essência e essa, jamais poderá ser padronizada. Comunique-se com a sua imagem e só conseguirá isso se através dela você transmitir sem amarras, o que realmente é. Empodere-se!
 
 
Participação da Consultora de Imagem, Diana Nunes
Conbela-Congresso Nacional de Beleza



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